Feriado Municipal - Segunda-feira após o Domingo de Páscoa Área - 247 Km2
Freguesias - Civil parishes• Nossa Senhora da Expectação • Nossa Senhora da Graça dos Degolados • São João Baptista •

Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Segundo o parecer da Secção de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 02/10/1933
Estabelecida pela Comissão Administrativa Municipal em 02/05/1936
Aprovado pelo Ministro do Interior em 12/06/1936
Portaria n.º 8462, do Ministério do Interior,
publicada no Diário do Governo n.º 136, 1.ª Série de 12/06/1936
Armas - De prata com duas palmas de verde cruzadas em aspa com uma quina de Portugal orlada de ouro sobre o cruzamento. As palmas acompanhadas de quatro leões rompantes de vermelho, armados e linguados de azul, com uma espada de prata na mão direita. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres "Lealdade e Valor" de negro, e outro listel, também branco, com os dizeres "Leal e Valorosa Vila de Campo Maior" a negro.


Bandeira - Esquartelada de vermelho e de azul. Cordões e borlas dos mesmos esmaltes. Lança e haste douradas.

![]()
Transcrição do parecer
Parecer apresentado por Affonso de Dornellas à secção de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses e aprovado em sessão de 2 de Outubro de 1933.
Na Associação dos Arqueólogos foi recebido o seguinte ofício:
- Câmara Municipal do Concelho de Campo Maior - Secção Administrativa – Nº 59 - Campo Maior, 11 de Fevereiro de 1929. – Ex.mo Sr. Presidente da Associação dos Arqueólogos - Lisboa - Desejando a Comissão Administrativa da minha presidência ter exacto conhecimento de brasão de armas desta Vila e Concelho de Campo Maior, e bem assim se o mesmo tem ou não a coroa mural e o número de castelos que lhe compete pela sua categoria, venho rogar á comprovada proficiência de V. Exª se digne obsequiar-me fornecendo-me a descrição do dito brasão e, se for possível, também o desenho do mesmo. - Certo de que V. Exª não deixará de atender o pedido desta Municipalidade, desde já lhe apresento os meus melhores agradecimentos e, com os protestos da mais elevada consideração, desejo a V. Exª - Saúde e Fraternidade. - O Presidente da Comissão Administrativa (a) Francisco Telo da Gama. -
Depois de trocada correspondência pedindo esclarecimentos, que a Câmara Municipal de Campo Maior não pode fornecer por absoluta falta de elementos, vou descrever o que apurei sobre o assunto.Depois de trocada correspondência pedindo esclarecimentos, que a Câmara Municipal de Campo Maior não pode fornecer por absoluta falta de elementos, vou descrever o que apurei sobre o assunto.
Passando uma busca nos trabalhos dos estudiosos da heráldica portuguesa de domínio, verifiquei o seguinte:
Rodrigo Mendes da Silva, na sua obra "Población General de España, sus trofeos, blasones, etc.”, Madrid 1645, refere-se a Campo Maior, dizendo que fica perto da fronteira, cercada por muralhas, com um forte castelo, abundante em nascentes, fértil na agricultura, com 1200 habitantes, etc., etc. Diz ainda que foi povoada pelo Rei D. Dinis, que lhe construiu o castelo, dizendo ainda que tem - tan benigno clima, que causa belos, y hermosos rostros a sus damas; y robustas disposiciones en los hombres. –
Este autor não cita as armas desta Vila, o que faz crer que em 1645 já ali se tinha perdido o uso das armas municipais ou que nunca as teria tido.
- Inácio de Vilhena Barbosa, na sua obra "As Cidades e Villas da Monarchia Portuguesa que teem brazão d'Armas" Lisboa, 1865, sobre Campo Maior, referindo-se a que foi conquistada aos mouros pelos habitantes de Badajoz em 1219, diz que o Bispo desta cidade lhe deu por selo a Imagem de Nossa Senhora e um cordeiro e em volta os dizeres "sigillum Capituli Pacencis".
Depois, diz que D. João II lhe deu novas armas, não se sabendo se seriam as que usava na bandeira na ocasião em que Vilhena Barbosa publicou a sua obra, em 1865, e que constavam das armas reais em uma das faces e na outra a imagem de S. João Baptista, patrono daquela vila. -
Vilhena Barbosa não percebeu bem a informação que lhe deram, pois no desenho respectivo das armas citadas, apresenta um escudo tendo dentro do mesmo campo as armas nacionais encimadas por uma coroa real e ao lado a Imagem de S. João com o cordeiro e a bandeirinha.
A informação que lhe deram naturalmente foi que a bandeira tinha as armas reais de um lado e, do outro, a imagem de S. João, o que é diferente de representar um escudo colocando-lhe dentro as duas faces da bandeira.
O que é facto é que na coleção de cartões coloridos que se publicou depois da obra de Vilhena Barbosa, lá vem o mesmo disparate, mas então, já sem falar em bandeira e dizendo: - O brazão d'Armas da villa de Campo Maior, é um escudo tendo de um lado as armas reaes e do outro a imagem de S. João Baptista, patrono da Villa. –
Descreveu como se o campo do escudo fosse partido, para então dizer, em má linguagem heráldica: de um lado as armas reais e do outro a imagem do Santo.
Enfim, o costume.
-Pinho Leal, no seu Portugal antigo e moderno, Lisboa - 1874, repete a invenção de Vilhena Barbosa mas então, já afirma que foi D. João II que lhe as deu, descrevendo-as assim: - Em escudo branco as armas de Portugal de um lado, e do outro S. João Baptista, patrono d'esta Villa. -
Refere-se também este autor, às armas dadas por D. Pedro Peres, Bispo de Badajoz e que constavam de uma imagem de Nossa Senhora com um cordeiro e a legenda "Sigillum Capituli Pacencis".
Eu julgo que tudo isto é a mesma coisa. A imagem de Nossa Senhora com um cordeiro não passa da imagem de S. João com o respectivo cordeiro.
O patrono de Campo Maior era S. João, portanto, a Câmara, não tendo armas ou tendo-as esquecidas quando mandou fazer a bandeira, colocou-lhe a imagem do patrono, como sucedeu em muitas outras Câmaras Municipais Portuguesas.
A Câmara Municipal de Lisboa, por meados do Século XIX, resolveu mandar fazer um livro que incluísse as Armas de todas as cidades e vilas de Portugal. Infelizmente, a obra não chegou a publicar-se, mas, no arquivo da mesma câmara ficaram os processos que sobre o assunto muitas Câmaras enviaram.
Vejamos o que lá existe sobre Campo Maior:
- Il.mo e Ex.mo Snr. Ayres de Sá Nogueira. - Acuso recebido o satisfatorio convite com que V. Exª teve a bondade de honrar-me com data de 25 de Setembro ultimo, por se achar encarregado pela Ex.ma e Dg.ma Camara Municipal dessa côrte de haver de todos os Municipios Portuguezes a historia dos seus respectivos Brazões d'Armas, e na fallencia delles, qual a tradição corrente, notando-se as alterações que se tenham succedido. - Cumpre-me, Il.mo e Ex.mo Snr. aproveitar esta feliz opportunidade para render, da parte da camara que tenho a honra de presidir, a homenagem de mui distincta consideração á Ex.ma Camara Municipal de Lisboa, pelo patriotico e elevado pensamento que a guia nos ensejos da aquisição da colleção das Armas de todos os Municipios, acompanhado da historia peculiar de cada huma dellas, de que rezultará saberem-se importantes noticias correlativas, ignoradas em grande parte athe agora do publico, e em detrimento Nacional. V. Exª se dignará relevar-me da delonga da resposta, porque em tal materia julguei não ser conveniente ser precipitado. - Procedi a escrupoloso exame nos Tombos da Camara, papeis avulsos, mas sem resultado apetecido, o que muito sinto. Na constituição deste Bispado, empressa em 1635 a folhas 17 v. da relação do Bispado d'Elvas, trata desta Villa, mas narrando diversas particularidades della, nada se vê relativo as suas Armas. Talvez que os assedios que esta Praça tem soffrido em 1712 - 1801 e 1811, bem como o terrivel desastre da explosão de 5735 arrobas de polvora e de 4838 granadas atacadas, succedida no dia 16 de Setembro de 1732, por effeito de um raio que cahiu na Torre de Menagem situada no meio do Castello que destruindo-a, egualmente destruiu 769 casas, de 1010 que constituião nessa epocha a povoação de Campo Maior; e que junto ás commoções politicas acontecidas no paiz tenham occasionado a destruição ou extravio de importantes documentos, que sem duvida serviam de interesse para a Historia Geral do Reino. - Seja-me porem permitido adduzir a V. Exª que o Estandarte da Camara tem numa das suas faces as Armas Reaes do Reino e da outra a imagem de S. João Baptista e Cordeiro; sendo consequente a crença de que na successiva ordem dos tempos, principalmente no terrivel flagello da peste que atacou esta Villa antes do anno de 1520, conforme se lê na mencionada Constituição do Bispado a fs 20 da relação antes notada, que diz "que tendo fugido para o campo os seus moradores por causa da peste, apareceu S. João Baptista a hum hortelão chamado Gonçalo Rodrigues, e lhe noticiara que os fugitivos voltassem para a Villa, pois tinha acabado a peste, por effeito da Misericordia Divina. He facto tradicional e conteste , que os fugitivos voltaram para a Villa, tendo soffrido por mais de dois annos tal calamidade. Em 1712, tendo sido esta Praça atacada por numeroso exercito Espanhol e assaltada a brexa feita pelo fogo dos mesmos no dia 27 de Outubro do dito anno, sendo repelido com grande perda, levantaram o campo no dia 2 de Novembno do mesmo anno. Este felizes acontecimentos attribuidos á protecção do glorioso S. João Baptista, denominado Patrono de Campo Maior, sem duvida a Camara, conscia dos fundados motivos e desejos unanimes dos seus conteraneos, adoptasse pôr no seu Estandarte a Imagem do seu Patrono, como o seu mais valioso Brazão d'Armas. Constando-me que o Snr. Manoel da Gama Lobo, desta Villa, tinha dirigido a Academia Real das Sciencias uma Memoria topographica de Campo Maior, em que compilou e colligiu, para sua confecção tudo qianto pôde haver sobre Campo Maior, consulte sobre as Armas desta Villa; sobre o que me respondeu que elle se dirigia a Vª Exª sobre esse objecto, e que de facto realisou no correio anterior. He quanto posso informar Vª Exa, tendo o dissabor de não me ser exequivel corresponder ao desempenho do encargo que de mim se exige, que eu assaz desejo cordialmente satisfazer, pois não alcancei basear-me em melhores fundamentos. Campo Maior, 4 de Novembro de 1855. - De V. Exª, com sentimentos de profunda consideração sou seu respeitador e obrigado servo. (a) João Bernardo do Rego; -
-------------------------------
Il.mo e Ex.mo Snr. O Presidente da Camara desta Villa teve a bondade de me procurar se eu sabia alguma cousa sobre antiguidades e Armas desta Villa: respondi-lhe que tinha trabalhado sobre esse assumpto, indagando o possivel indagando ás apalpadelas em tanta obscuridade, porque os tempos e desleixo teem feito que documentos que sempre deveriam ser guardados a ignorancia que ainda reina nos nossos povos, os fazem desaparecer. No entanto mendiguei; e a tradição e o acaso me forneceram fio para poder entrar e sahir de labyrinto tão intrincado. Ultimada a Descripção e Memorias de Campo Maior offereci-a á Academia Real das Sciencias dirigindo-as ao Ex.mo Snr. José Tavares de Macedo na qualidade de secretario e membro da secção de Historia e Antiguidades da Academia a apresentar a mesma em que me obsequiou sumamente. Por ora não sei o resultado dos meus trabalhos, sim sei que agradaram ao Ex.mo Snr. Conselheiro Macedo. Pode-se procurar pois o meu manuscrito na Academia; e havendo alguma difficuldade, eu me comprometo para com V. Exª para lhe mandar a Descrição e Memorias de Campo Maior. Remeto a V. Exª uma copia do que sei e entreguei ao Presidente desta Villa sobre as Armas de Campo Maior; por ella vera que as que hoje uza é uma imagem de S. João Baptista; e eu senti muito não a vêr entre as das mais cidades e Villas no Terreiro do Paço; tendo por baixo Campo Maior sendo uma Villa tão notavel por todos os principios; pois estava em Lisboa na occasião das Festas com minha familia a banhos. - Ser util no que posso é o meu desejo. Sei quanto V. Exª tem trabalhado a favor não só de Lisboa, mas de todo o Portugal, e por isso peço a Vª Excia mande no que chegar ao meu alcance, tanto no seu serviço como no publico o que é - de Vª Excia. Creado respeitoso e Venerador. -Campo Maior, 3 de Novembro de 1855- (a) Manoel da Gama Lobo. -
------------------------------------------
SOBRE AS ARMAS DE CAMPO MAIOR
Foi esta Povoação conquistada aos Mouros pelos Peres de Badajoz, em 1219; estes a deram a Igreja de Santa Maria do Castello da mesma cidade para a sua Fabrica, sendo Bispado daquella cathedral D.Pedro Peres o qual lhe deu por Armas a Imagem de Nossa Senhora com um cordeiro e um letreiro circunscrito que dizia: Sigilium Capituli Pacencis. Foi no Reinado de El Rei D. Diniz que veio pertencer a Portugal - já com o nome de Campo Maior; e este Rey lhe deu entre outros previlegios o Foral de Villa. El Rey D. João II deu-lhe mais previlegios e lhe deu novas Armas, que eu julgo serem trez caras que se diz de serem memoriadas de trez individuos que deram o nome á povoação; mas que eu noto é que ou fosse Campo Maior povoação, ou diversas aldeias, como alguns auctores dizem; é certo que já era habitada pelos Romanos, o que se prova por diversas medalhas que se teem encontrado em escavaçoens com o busto de seus imperadores, e outros objectos. Aires Varella diz que o nome de Campo Maior lhe fora dado pelos mesmos romanos. As armas actuaes julgo serem a imagem de S. João Baptista; a qual se vê no estandarte da Camara adoptada provavelmente pela mesma pelos annos de 1521, em razão de se fazer este Santo Protector deste Povo; segundo tradicçoens antigas que temos e o que se lê na Constituição do Bispado d'Elvas. Porem no Cartorio da Camara não ha nenhum documento e o Desembargador João Antonio de Oliveira que foi Juiz de Fora desta terra, só diz no seu manuscrito que El Rey D. João II lhe deu novas Armas sem mencionar quais fossem. - Campo Maior, 2 de Novembro de 1855 - (a) Manoel da Gama Lobo. -
---------------------------------
Por estes elementos se verifica que a bandeira municipal tinha numa das faces, as Armas nacionais e na outra, a Imagem de S. João Baptista com o cordeiro.
Aqui atribui-se a adopção desta Imagem à devoção da população por Este Santo manifestada em1520, por ocasião da peste e em 1712, por ocasião do cerco do exército espanhol, e porque o mesmo Santo fora em tempos declarado Padroeiro da Vila.
Nos apontamentos acima transcritos, do Sr. Manuel da Gama Lobo, diz-se que o Bispo de Badajoz, D. Pedro Perez, deu a Campo Maior umas armas com a Imagem de Nossa Senhora e com um cordeiro, quando a Vila ainda pertencia a Espanha.
Depois, pertencendo já a Portugal desde o reinado de D. Dinis, D. João II lhe deu novas armas, que o mesmo Senhor Manuel da Gama Lobo diz, segundo julga, terem sido constituídas por três caras representativas de três indivíduos que deram o nome à Vila.
Não há bases para tal suposição e ainda há menos bases para dizer que D. João II deu armas de domínio.
Nunca encontrei qualquer exemplo de D. João II ter dado armas a qualquer cidade ou vila, o que também não quere dizer que as não tivesse dado.
O que se depreende de tudo quanto fica dito é que existem várias confusões.
Reza a tradição que Campo Maior, estando em poder dos Mouros, foi tomada, em 1219, por habitantes de Badajoz, capitaneados por membros da Família Peres que deram a Vila à Igreja de Santa Maria do Castelo de Badajoz.
Depois, o Bispo da mesma cidade e da mesma família dos Peres, deu a Campo Maior umas armas com a Imagem de S. João Baptista.
Foi costume antigo em alguns Municípios de Portugal terem, numa das faces da sua bandeira, as Armas Municipais e, quando as não tinham próprias, colocavam-lhe abusivamente as Armas Nacionais, e na outra face da bandeira, a Imagem do Padroeiro respectivo.
Este caso vulgar, foi evidentemente o que se deu em Campo Maior.
Vou tentar demonstrar que existem mais razões para a confusão que tem rodeado as Armas de Campo Maior:
Em 15 de Outubro de 1530, D. João III deu a Jorge Fernandes de Badajoz, umas armas que constam da Imagem de S. João Baptista, tendo na mão direita um castelo.
Não seria a existência de uma família Badajoz, que nas suas armas tem um S. João Baptista, que deu motivo a aparecer em Campo Maior a explicação da Imagem do mesmo Santo como símbolo heráldico vindo da cidade de Badajoz?
As Armas da cidade de Badajoz constam de um leão rampante contra uma coluna ou de dois leões rampantes afrontados contra duas colunas, portanto, as Armas da Família Badajoz não são tiradas das Armas da Cidade, mas de qualquer feito praticado por um Fernão que passou a chamar-se de Badajoz e a quem o Rei D. Fernando deu estas armas por algum feito praticado, talvez, em dia de S. João.
É claro que isto é um erro heráldico, porque não é admissível que se aproveite a Imagem de um Santo para simbolizar um facto, naturalmente guerreiro, em que é provável que ficasse gente morta e se praticassem grandes atrocidade; também não é admissível que se aproveite a Imagem de um santo para lhe pôr na mão um castelo, aludindo a um facto que não seja da vida do mesmo santo.
Em resumo:
- Rodrigo Mendes da Silva, na sua obra atrás citada, e publicada em 1645, não indica quais as armas usadas por Campo Maior, quando um dos principais fins dessa obra é precisamente a descrição das armas das cidades e das vilas de Portugal e Espanha.
- Francisco Coelho, no seu "Tesouro de Nobreza" existente na Torre do Tombo e iluminado em 1675, quando trata das armas de domínio, apresenta como armas de Campo Maior, a folhas 16, um escudo em branco, sinal evidente de que também não conhecia as armas desta vila.
Portanto, passou o padroeiro a simbolisar a Vila, o que não é justo, já por não constituir na sua representação a histórica local ou o valor regional, já porque esta vila tem na sua vida factos e circunstâncias que brilham nas páginas da História de Portugal.
Por isso, sou de opinião que, ainda que S. João Baptista continue a ser o Padroeiro da Vila, a Câmara Municipal deve adoptar para o seu selo, qualquer coisa que fale da sua história e das circunstâncias especiais da sua vida popular.
Manuel da Gama Lobo, nos apontamentos acima transcritos, citando as armas dadas pelo tal Bispo D. Pedro z diz que elas tinham a Imagem de Nossa Senhora, com um cordeiro; está mesmo a ver-se que é uma imagem de S. João. Mas, diz mais ainda que essas armas eram circundadas por um letreiro com os seguintes dizeres "Sigilium Capituli Pacencis".
- Ignacio de Vilhena Barbosa conta a mesma história da imagem de Nossa Senhora com um cordeiro e com a mesma legenda, dizendo depois também, que D. João II deu armas à Vila, julgando que eram exatamente as que a Câmara usava, quer dizer, as Armas Nacionais coroadas e a imagem de S. João Baptista, conforme foi informado pelo então Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, Sr. Joaquim José da Matta.
- Pinho Leal no seu "Portugal", dizendo o mesmo na parte que cita as armas atribuídas à doação do Bispo de Badajoz D. Pedro Perez: - Nossa Senhora com um cordeiro e a legenda "Sigillum Capituli Pacencis" acrescenta: - (Isto está em contradição com o que diz Estevão da Gama de Moura e Azevedo, nos seus manuscritos). -
Infelizmente, Pinho Leal não nos diz onde estão estes manuscritos e da Câmara Municipal respectiva informam-se que não existem ali.
O Dicionário "Portugal” de Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, Lisboa - 1906, diz o mesmo, incluindo a mesma inscrição do selo ou armas.
E, naturalmente, todos os que vão escrevendo sobre Campo Maior, vão repetindo a mesma coisa.
Vamos a ver se, depois de conhecido Este parecer, haverá um pouco mais de cuidado nos velhos processos de transcrição de uns para outros, sem repararem no que escrevem.
Para salientar os inconvenientes de copiar o que outros escrevem sem gastar um minuto a verificar se há, pelo menos, um pouco de razão, terei que me afastar um pouco de Campo Maior.
A antiquíssima Beja, foi vila, depois vila notável, depois cidade, cidade episcopal e cidade capital de distrito, acesso muito justamente adquirido pelo desenvolvimento notável que os seus naturais lhe tem dado e pelo valor do território do seu domínio que também tem correspondido aos esforços dos seus naturais e habitantes.
A história de Beja perde-se na antiguidade, tendo tido várias civilizações notáveis.
Abandonando o que lá vai há muito e que agora não nos interessa, temos que Beja foi forte praça romana, tendo, além de outras situações notáveis, a de sede de uma das quatro chancelarias em que a Lusitânia foi dividida pelo Imperador Augusto, 24 anos antes de Cristo.
Júlio César deu-lhe o nome de Pax - Julia, em comemoração de ter celebrado paz com os Lusitanos.
No estudo da antiguidade de Beja, tem havido grande confusão com o estudo da antiguidade de Badajoz, mas, desde que se travou discussão entre estudiosos portugueses e espanhóis, para definirem a história de Beja e de Badajoz, pode atribuir-se a cada uma destas cidades, valores e circunstâncias que andaram confundidas durante séculos.
E então, poderemos dizer que foi Beja, antes da fundação da Nacionalidade, no Século XI, sede episcopal dos Godos, sendo S. Aprígio o primeiro Bispo de Beja. No Século VIII, Beja, como aliás muitas outras povoações, caiu em poder dos Muçulmanos, passando a sede episcopal dos godos, para Badajoz, onde se conservou até ao Século XII.
D. Afonso Henriques, tomando Beja aos mouros, em 1155, sujeitou-se religiosamente a Évora, conservando-se assim durante pouco mais de seis séculos, até que, em 1770, Beja foi elevada à categoria de cidade episcopal por diligências do Rei D. José I.
Era Beja uma simples Vila quando D. Afonso Henriques a tomou, começando a desenvolver-se, já naturalmente, já com a protecção régia, por ser necessário fortifica-la por forma a servir de defesa de território fronteiriço.
A Vila era dividida em quatro freguesias: Santa Maria da Feira - S. Salvador - S. Tiago Maior e S. João Baptista. Esta última era a mais notável e de grande importância. Com excepção entre as outras, a freguesia de S. João Baptista, de que há memórias desde 1320, tinha o Prior nomeado pelo Papa. Este prior tinha um coadjutor, um tesoureiro e um organista, sendo estes dois últimos de nomeação alternada entre o Arcebispo de Évora e o Papa. A igreja de S. João Baptista tinha ainda mais seis benefícios simples. Não era catedral, nem o chefe era Bispo, mas as honras eram dessas elevadas categorias, únicas entre as quatro freguesias de Beja.
Atendendo a estas circunstâncias, a igreja de S. João Baptista de Beja, era a chefe da religião dentro da cidade e, como o seu patrono era S. João Baptista, era a imagem deste Santo que figurava no respectivo selo e como esta igreja tinha as dignidades referidas, estas constituíam um capítulo e, como Beja tinha do tempo dos romanos o nome de Pax Julia, o selo das dignidades da igreja de S. João Baptista de Beja, podia ter a inscrição "Sigillum Capituli Pacensis".
"Pacencis", todos os estudiosos sabem que é o nome da cidade da Paz, menos aqueles que atrás citei e repetem a legenda do selo que nada tem com Campo Maior, visto que teve a legenda "Sigilum Capituli Pacensis".
Este selo poderia vir de Beja, pelas razões expostas, mas também podia ter vindo de Badajoz, pelas razões que vou expor:
Badajoz também se pode chamar "Pacencia" porque, segundo probabilidades, se chamou Pax Augusta. O Padroeiro de Badajoz foi S. João Baptista.
Para melhor esclarecimento, dirigi-me a um ilustre e erudito amigo, dali natural e ali residente, D. Antonio del Solar y Taboada, que em carta de 30 de Setembro de 1933, me diz o seguinte:
- Badajoz tiene por Patron a San Juan Bautista desde tiempos imemorial, desde hace siglos. En pleno siglo XVII, decia el insigne historiador y canonigo de la santa Yglesia Catedral hablando, de este templo: "Nuestra Basilica y silla Catedral, dedicada á la proteccion de San Juan Bautista …..". En la actualidad sigue siendo Patron de la ciudad, y ademas lo es la Santisima Virgen Maria de la Soledad; pero esta lo es desde el siglo mencionado (XVII). -
É portanto natural que o selo que foi parar a Campo Maior, pertencesse ao Cabido da Catedral de Badajoz.
Por conseguinte, toda a história referente às Armas de Campo Maior com São João Baptista e a legenda referente a Beja ou a Badajoz, cai por terra, parecendo incrível que houvesse quem atribuísse tal selo a Campo Maior e quem repetisse a legenda sem perceber que não se poderia referir a Campo Maior.
Foi selo que por acaso ali foi parar, aparecendo logo quem o atribuísse à Vila e assim ficou classificado.
Coincidiu ser S. João Baptista padroeiro de Campo Maior, portanto, para os ignorantes, calhava muito bem.
Dentro das regras estabelecidas pelo Ministério do Interior na circular de 14 de Abril de 1930, a boa ordenação da simbologia de domínio deve salientar primeiro os factos históricos e depois os factos económicos de relativa importância na agricultura e na industria, enfim, as razões de riqueza local, dando-se assim existência a uma heráldica absolutamente popular.
A heráldica de domínio é, portanto, a manifestação artística da acção do povo, quer heroica, quer de esforço para o desenvolvimento regionalista.
Temos na vida de Campo Maior factos do maior valor heroico, que tanto brilho dão à História de Portugal, devendo pois ser a simbologia desses factos que deve esmaltar as armas e, portanto, o selo e a bandeira da Vila.
Desde o tratado de paz entre Portugal e Castela, celebrado pelo Rei D. Dinis em 1297, em que Campo Maior ficou pertencendo a Portugal, várias vezes as suas muralhas foram cercadas e bombardeadas, sofrendo os seus habitantes os maiores horrores e lutando heroicamente em sua defesa.
Caiu Campo Maior em poder dos castelhanos, quando D. João I de Portugal foi aclamado Rei, recuperando esta praça em Outubro de 1388.
Em 1712, os castelhanos cercaram Campo Maior, conservando-se ali com enormes forças armadas de 27 de Setembro a 2 de Novembro.
Entretanto deram dois fortes assaltos à praça, conseguindo abrir uma brecha no baluarte de S. João a 27 de Outubro.
Apesar de todas as manobras possíveis e imagináveis, os habitantes de Campo Maior defenderam-se por tal forma que os castelhanos tiveram que desistir com grandes perdas.
Em 1801, novo cerco de espanhóis acompanhados de franceses, que tomaram Olivença e abriram uma brecha no baluarte do concelho em Campo Maior.
Assinada a paz em Badajoz, a 6 de Junho de 1801, ficou Olivença em reféns à Espanha e Campo Maior foi libertada.
Em 1811, uma divisão do exército de Massena sitiou Campo Maior, abrindo-lhe uma brecha no baluarte do concelho. Ao fim de 40 dias de heroica resistência, quási sem tropas de linha e sem maiores recursos, capitulou, estando ali os franceses só 5 dias, pois ao saberem que se aproximava uma divisão portuguesa, comandada por Beresford, fugiram.
São quatro, portanto, os principais factos guerreiros que tão alto colocam Campo Maior nas páginas da História Portuguesa. Quatro datas que não devem esquecer aos seus naturais: 1388 – 1712 - 1801 e 1811.
Muitas vezes foram reconstruídas as suas muralhas e muitas vezes refeitas as habitações dos seus naturais, sendo tudo isto regado com sangue heroico. Mas, como tudo isto ainda não fosse bastante, em 16 de Setembro de 1732, uma descarga elétrica destruiu o paiol da pólvora numa explosão que deixou tudo num montão de ruinas, de feridos e de mortos.
Além disto, as pestes e inúmeras circunstâncias que tem atormentado esta Vila que tem 636 anos como Portuguesa, bem a tornam merecedora de todos os recursos da heráldica para perpetuar circunstâncias de tanta monta.
Para reforçar esta minha opinião, vou transcrever um interessante documento para a notabilíssima história guerreira de Campo Maior:
- “Gazeta de Lisboa" – Nº 98 - Quinta feira, 25 de Abril de 1811. –
“Lisboa, 25 de Abril. -
Copia
de hum officio de S.E. o
Marechal Commandante em Chefe
Sir W. C. Beresford ao Exmº Sr.
D. Miguel Pereira Forjaz.
– Illmº e Exmº Sr. - Tenho a
honra de dirigir a V. Exª não
obstante o que já tinha dito
officialmente, e para que suba á
Augusta Presença de S. Alteza
Real, as minhas informações
sobre a distincta bondade, zelo,
e valor dos benemeritos
habitantes da Praça de
Campo
Maior, que não só em toda
a occasião tem constantemente
mostrado a sua boa vontade, e
decidido amor a causa do seu
soberano, e da Patria, mas que
effectivamente acabarão de fazer
huma defensa a mais gloriosa:
motivos pelos quaes se fazem
muito dignos, e eu os recomendo,
para merecerem de Sua Alteza
Real hum publico testemunho, que
sirva de galardão, e de
monumento da sua lealdade.
Igualmente tenho a honra de
recommendar a Sua Alteza Real o
seu honrado e distincto
Governador Sargento Mór
Engenheiro
José
Joaquim Talaia, o qual
desgraçadamente lhe não posso
propor para ser contemplado com
hum posto de accesso por haver
ficado prisioneiro de guerra,
porêm foi tão remarcavel o seu
comportamento, que será de razão
que elle alcance hum publico
testemunho da estima do seu
Soberano. - Deus guarde a V.
Exª. quartel General em
Jeromenha, 6 de Abril de 1811.
-W. C. Beresford, Marechal
Commandante em Chefe. - Sr. D.
Miguel Pereira Forjaz."
"Por motivo do Officio supra foi Sua Alteza Real servido exреdir a seguinte - PORTARIA - Tendo sido presente ao Principe Regente Nosso Senhor os Officios, em que o Marechal Commandante em Chefe dos seus Exercitos Sir William Carr Beresford recommenda a sua Real contemplação a gloriosa defensa da Praça de Campo Maior, a qual, sendo atacada rigorosamente pelo Marechal Mortier á testa de hum Exercito infinitamente superior á pequena guarnição de Milicias, ordenanças que a defendião, pela qualidade, valor e patriotismo do seu Governador, e defensores, em que tinhão a maior parte os seus habitantes, conseguio resistir com os poucos meios, que para isso tinha, desde o dia 21 do mesmo mez, em que capitulou depois de ter huma brecha praticavel, conseguindo então mesmo, apezar de todas estas desvantagens, condições muito honrosas: querendo Sua Alteza-Real mostrar o apreço que faz de hum tão nobre, e leal procedimento, determina - I. que a Villa de Campo Maior de denomine daqui em diante: A leal e valorosa Villa de Campo-Maior, accrescentando por baixo do Escudo das suas Armas as palavras, Lealdade e Valor. - II. que o seu digne Governador, o Major do Real Corpo dos Engenheiros José Joaquim Talaia, logo que cesse o impedimento, que actualmente existe, por se achar prisioneiro debaixo da sua palavra de honra, seja promovido ao Posto immediato, declarando-se na sua Patente em grandes caracteres, pela gloriosa defensa, que fez na Praça de Campo-Maior; e que desde já se lhe dê na Provincia de Além-Tejo hum Baldio, de boa terra livre de fôro, com a extensão de meia legoa. - III. que o Juiz de Fóra da mesma Villa, o Doutor José Joaquim Carneiro de Carvalho, seja promovido a hum lugar de Letras immediato ao que presentemente occupa, e se ache vago; podendo dar já a sua residencia para tomar posse do dito lugar, declarando-se igualmente nos Despachos, que se lhe passarem, o motivo desta promoção. - IV. que aos Officiaes, officiaes inferiores e soldados, tanto de Trópa de Linha, como de Milicias e Reformados, que concorrêrão para esta defeza, e que pelas informações do Governador constar que conduzírão com patriotismo, se lhe dê como gratificação extraordinaria huma somma igual ao soldo de hum mez, a qual se entregará ás suas familias, pelo que pertence aos que se achão prisioneiros em poder dos inimigos. - V. que as Ordenanças e habitantes, que debaixo desta denominação tomarão huma parte activa na defeza da Praça, se lhe de a mesma gratificação, regulando-se para isso os seus soldos pelos das Milicias. - VI. que o Governador, e Juiz de Fora informem logo pela Secretaria d'Estado dos Negocios da Guerra, dos Nomes, circumstancias dos habitantes, que mais se houverem distinguido pelo seu zelo, actividade, e patriotismo, especificando os seus serviços, a fim de se fazerem conhecer ao Público os seus merecimentos, e de se ter com elles a especial contemplação, que tiverem merecido da Patria. Palacio do Governo em 18 de Abril de 1811. - Com cinco Rubricas dos Senhores Governadores do Reino. "
A colossal acção dos naturais e habitantes de Campo Maior, mereceram este honroso documento, e o marechal Sir William Carr Beresford, conforme se vê na "Gazeta de Lisboa", nº 92, de Quarta-feira, 21 de Abril de 1813, é agraciado com o título de Marquês de Campo Maior.
Este Marechal era já conde de Trancoso e Grã Cruz da Ordem da Torre Espada, conforme consta da mesma Gazeta de Lisboa, nº 210, de quarta-feira, 4 de Setembro de 181l, tendo mais tarde, em 8 de Janeiro de 1824, carta de mercê das rendas e direitos reais do Almoxarifado da Vila de Torres Novas, conforme consta a folhas 251 do Livro 13 das Mercês de D. João VI, mercê que foi substituída por alvará de 7 de Maio do mesmo ano de 1824, pela pensão de dezasseis contos, conforme consta de folhas 177 verso do Livro 18 das Mercês do mesmo Rei.
Campo Maior abrange na sua história heroica, o esforço e a valentia de todos os seus habitantes. A simbologia da sua enorme história, feita durante séculos, não deve ser caracterizada pela Imagem de são João Baptista. Este Santo deve ser mantido como padroeiro, somente.
Pelo documento transcrito, verifica-se que Campo Maior, como graça excepcional por feitos de guerra, tem que usar por debaixo das suas armas, o título "Lealdade e Valor" e que o seu antigo nome, se transforme, da data da portaria, 18 de Abril de 1811, de "Vila de Campo Maior" para "Leal e Valorosa Vila de Campo Maior".
Parece me Este caso, único na história das mercês concedidas às povoações portuguesas, por feitos assinalados.
O título de "Lealdade e Valor" é honra exepcional e exclusiva. de Campo Maior. O acrescentamento honroso do nome da Povoação é que já tem sido concedido a outros municípios.
Parece-me, pois, que a história e a vida da Vila de Campo Maior poderá ficar simbolizada, heraldicamente, pela seguinte forma:
ARMAS - De prata com duas palmas de verde cruzadas em aspa com uma quina das Armas de Portugal orlada de ouro sobre o cruzamento. As palmas acompanhadas de quatro leões rampantes de vermelho, armados e linguados de azul, com uma espada de prata na mão direita. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres "Lealdade e Valor” de negro, e outro listel, também branco, com os dizeres "Leal e Valorosa Vila de Campo Maior”, a negro.
BANDEIRA - Esquartelada de vermelho e de azul. Cordões e borlas dos mesmos esmaltes. Lança e haste de ouro.
SELO - Circular, tendo ao centro as pegas das Armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Leal e Valorosa Vila de Campo Maior - Lealdade e Valor”. -
A prata indicada para o campo das armas, significa, heraldicamente, eloquência, humildade e riqueza, qualidades e circunstâncias bem nítidas na vida e acções dos naturais de Campo Maior.
As palmas, que simbolizam o martírio e a vitória, são de verde, a sua cor própria, e significam heraldicamente, esperança e fé.
Os leões, que simbolizam a força, a heroicidade e a energia, são de vermelho que é o esmalte que em heráldica significa ardis e guerras. São armados e linguados de azul que é o esmalte que significa zelo e lealdade tem na destra uma espada de prata, para mais completamente simbolizarem a heroicidade dos naturais desta Vila.
A quina das Armas Nacionais, orlada de ouro sobre o cruzamento das palmas, marca o facto de Campo Maior ficar na fronteira, indicando uma sentinela de Portugal.
A coroa mural de 4 torres, é a que está superiormente determinada para as Vilas.
Como as peças de maior representação destas armas são os leões de vermelho, armados e linguados de azul, a bandeira é de vermelho e de azul.
Os cordões e as borlas são, portanto, dos mesmos esmaltes.
A bandeira, quando destinada a cortejos e outras cerimónias, é bordada em seda e deve ter a área de um metro quadrado.
E assim, fica simbolizada a acção heroica dos naturais e habitantes de Campo Maior, marcando os quatro principais feitos guerreiros, os quatro leões e assinalando o sofrimento e a vitória, as duas palmas.
A quina, representa um marco da fronteira.
Os esmaltes, com as suas significações especiais, completam esta simbologia.
No caso da Câmara Municipal de Campo Maior concordar com Este parecer, deverá transcrever na acta respectiva, a descrição das Armas bandeira e selo, enviando uma cópia autenticada, acompanhada de desenhos rigorosos da bandeira e selo, ao Sr. Governador Civil, pedindo-lhe para enviar esses elementos à Direcção Geral de Administração Política e Civil do Ministério do Interior para, no caso do Sr. Ministro aprovar, ser publicada a respectiva portaria.
Sintra, Outubro de 1933.

Affonso de Dornellas.
(Texto adaptado à grafia actual)
Fonte: Processo do Município de Campo Maior (arquivo digital da AAP, acervo “Fundo Comissão de Heráldica”, código referência PT/AAP/CMR/UI0021/00217).
Ligação para a página oficial do município de Campo Maior

Municípios do distrito de Portalegre - Portalegre district municipalities
• Alter do
Chão • Arronches • Avis •
Campo
Maior • Castelo
de Vide • Crato • Elvas • Fronteira • Gavião •
Marvão • Monforte • Nisa •
Ponte de
Sor • Portalegre • Sousel
•

Distritos/Regiões
Autónomas - Districts/Autonomous Regions
• Aveiro • Beja • Braga • Bragança • Castelo
Branco • Coimbra • Évora • Faro • Guarda • Leiria • Lisboa • Portalegre •
Porto • Santarém • Setúbal • Viana do
Castelo • Vila Real •
Viseu • Açores
• Madeira
•

• Index • Heráldica • História • Legislação • Heráldica Autárquica • Portugal • Ultramar Português • A - Z • Miniaturas (Municípios) • Miniaturas (Freguesias) • Miniaturas (Ultramar) • Ligações • Novidades • Contacto •

