Parecer apresentado por Affonso de Dornellas e aprovado pela Secção de Heráldica da Associação dos Arqueólogos em 16 de Maio de 1928.

A Administração do Concelho de Seia, enviou á Associação dos Arqueólogos o seguinte ofício:

Seia. 26 de Abril de 1928. – Ex.mo Sr. Presidente da Associação dos Arqueólogos. - Lisboa. - A Junta de Freguesia da Vila de Sandomil tem todo o interesse em conhecer as Armas da sua terra. Ponderei-lhe que a benemérita Associação dos Arqueólogos não poderia elucidar sobre tal com a brevidade que ela requeria, pois esse estudo se destina a um jornal que deve sair em 27 de Maio por ocasião da inauguração da estrada daquela localidade e restabelecimento da antiga Feira. Todavia, sendo possível obter quaisquer esclarecimentos antes daquela data, muito agradeceria a V. Ex.ª o serviço prestado àquela importante freguesia do Concelho de Seia. Também as Comissões Administrativas das Juntas de freguesia de Alvôco da Serra da Estreita, Cabeça e Loriga me representaram no mesmo sentido. Rogo pois a V. Ex.ª se digne satisfazer o patriótico pedido destas freguesias, que assim demonstram amor pela tradição. - Saúde e Fraternidade. - O Administrador do Concelho. (a)... Dias.

Sandomil teve Foral dado em Lisboa a 10 de Fevereiro de 1514, o qual foi registado a f.ª 89 do «Livro dos Forais Novos da Beira», que se encontra no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, portanto, segundo a regra geral, Sandomil devia ter o seu selo, mas, como desapareceu por completo o conhecimento da sua existência, resolveu agora criar as suas Armas e o seu Estandarte.

- De negro com três espigas de milho de ouro folhadas de prata atadas de vermelho. Em chefe de prata três cachos de uvas de púrpura folhados de verde. Coroa mural de prata de quatro torres por ser Vila. Fita branca com letras pretas. Bandeira com um metro por lado de púrpura e amarelo.

O negro em heráldica representa a terra e significa firmeza e honestidade. A prata do chefe significa humildade e riqueza. Os restantes esmaltes são os próprios.

[Affonso de Dornellas.]

(Texto adaptado à grafia actual)

Fonte: DORNELLAS, Affonso de, «Sandomil», in Elucidário Nobiliarchico: Revista de História e de Arte, I Volume, Número VI, Lisboa, Junho 1928, pp. 181.