Feriado Municipal - 13 de Junho Área - 455.66 Km2
Freguesias - Civil parishes
• Aljustrel e Rio de Moinhos • Ervidel • Messejana • São João de Negrilhos •

Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Segundo o parecer da
Secção de Heráldica e Genealogia da Associação dos Arqueólogos
Portugueses de 12/06/1928
Segundo o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos
Arqueólogos Portugueses de 30/10/1937
Aprovado pelo Ministro do Interior em 28/11/1939
Portaria
n.º 9381, do Ministério do Interior,
publicada no Diário do Governo n.º 278, 1.ª Série de
28/11/1939
Armas - De negro, com fonte de ouro repuxada de prata e de azul. Em chefe, um crescente de ouro acompanhado de duas cruzes de S. Tiago de púrpura perfiladas de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: "Vila de Aljustrel", de negro.

Bandeira - Esquartelada, de verde e branco, com cordões e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.

![]()
Transcrição do parecer
Parecer apresentado por Affonso de Dornellas à Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses e aprovado em sessão de 30 de Outubro de 1937.
Apesar de já se ter formulado um parecer sobre as armas, bandeira e selo da Vila de Aljustrel, que foi aprovado na sessão da Secção de Heráldica de 13 de Junho de 1928, foi agora solicitado pelo Sr. Governador Civil de Beja que se indiquem as cores da bandeira respectiva.
Parece, portanto, que o primeiro parecer se extraviou, sendo conveniente que a cópia existente no arquivo desta Comissão seja revisto, em virtude de haver certas regras criadas pela circular de 14 de Abril de 1930, expedida pela Direcção Geral de Administração Política e Civil do Ministério do Interior, a que é preciso atender.
Vejamos pois, quais os elementos de valor histórico e económico que existem nesta antiga Vila.
O Castelo de Aljustrel foi, pela primeira vez, tomado aos Mouros, por D. Sancho II, em 1235, que o deu imediatamente à Ordem de S. Tiago.
Tem Aljustrel águas minerais que brotam em vários pontos da grande mina que ali existe.
Tanto as águas como a mina, foram exploradas por civilizações anteriores à nossa, tendo o seu efeito grande fama pelas curas produzidas em pessoas e no gado.
Vejamos portanto, com estas bases, como foram ordenadas as armas, bandeira e selo da Vila de Aljustrel, composição que agora mantemos, ordenando também o respectivo selo:
ARMAS - De negro, com uma fonte de ouro repuxando de prata e de azul. Em chefe, um crescente de ouro acompanhado por duas cruzes de S. Tiago de púrpura perfiladas de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres “Vila de Aljustrel” de negro.
BANDEIRA - Esquartelada de branco e de púrpura. Cordões e borlas de prata e de púrpura. Haste e lança douradas. -
SELO - Circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres “Câmara Municipal de Aljustrel”. -
O esmalte das cruzes e o metal que caracteriza a água deram as cores à bandeira, por serem as principais circunstâncias que salientam a história e a riqueza local.
Quando a bandeira é destinada a cerimónias e cortejos, é bordada em seda e tem a área de um metro quadrado. Quando destinada a arvorar, é de filel e pode deixar de incluir a representação heráldica.
Indica-se o esmalte negro para o campo das armas por esta cor simbolizar na heráldica a terra e significar firmeza e honestidade.
A fonte, o crescente e o perfilado das cruzes de São Tiago, são de ouro, metal que significa fidelidade e poder.
A água é de prata, metal que significa humildade e riqueza. O azul que esmalta a água, significa caridade e lealdade.
A púrpura das cruzes de São Tiago, significa opulência e grandeza.
Com estes elementos e estes esmaltes, fica bem representada a história, o valor regional e a índole dos naturais.
No caso da Câmara Municipal concordar com este parecer, deverá enviar uma cópia autenticada da acta respectiva, com a descrição completa das armas, bandeira e selo, como acima ficou dito, juntamente com os desenhos rigorosos da bandeira e selo, ao Sr. Governador Civil, pedindo-lhe para remeter todos esses elementos à Direcção Geral de Administração Política e Civil do Ministério do Interior, para, no caso do Sr. Ministro concordar, ser publicada a respectiva portaria.
Lisboa, Maio de 1937.

Affonso de Dornellas.
(Texto adaptado à grafia
actual)
Fonte: Processo do Município
de Aljustrel (arquivo digital da AAP, acervo “Fundo Comissão de
Heráldica”, código referência
PT/AAP/CH/AJZ/UI0005/00042).
![]()
Transcrição do parecer
Parecer apresentado por Affonso de Dornellas à Secção de Heráldica e Genealogia da Associação dos Arqueólogos Portugueses em sessão de 12 de Junho de 1928.
Na Associação dos Arqueólogos foi recebido o seguinte ofício:
– Câmara Municipal de Aljustrel. Comissão Administrativa – n.º 9 – Ao Ex.mo Sr. Affonso Dornellas, Dig.mo Presidente da Comissão de Heráldica, Museu do Carmo, Lisboa – Foi Aljustrel conquistado aos mouros por D. Sancho II. É esta vila uma das mais antigas do sul do País. Vide o foral concedido por D. Sancho II. Certamente teve brasão mas nas lutas politicas dos liberais com os miguelistas, dizem as criaturas antigas, foi pasto das chamas as repartições públicas deste Concelho. Desapareceram, portanto, os indícios de qualquer brasão existente e até hoje não foi possível constituí-lo. Concelhos que foram criados à custa do termo de Aljustrel como Castro Verde, Ourique e Odemira, têm brasão. Não se compreende, pois, que Aljustrel o não tenha. Por este motivo vem a Comissão Administrativa desta Câmara solicitar de V. Ex.ª a fineza de a informar se será possível, pela Comissão de Heráldica de que V. Ex.ª é mui digno Presidente, constituir o antigo brasão de Aljustrel ou constituir um que corresponda à sua situação histórica. – Agradecendo, desejo a V. Ex.ª Saúde e Fraternidade. – Aljustrel, 7 de Janeiro de 1927. – O Presidente (a) J. Silva Alvares.
Nas obras que tratam de Heráldica de domínio não há qualquer referência a Aljustrel.
A Câmara Municipal de Lisboa pensou em tempos em organizar uma obra com a Heráldica referente às Cidades e Vilas Portuguesas, pelo que expediu uma circular a todas as Câmaras. No Arquivo da mesma Municipalidade existe o processo. Vejamos pois o que há sobre esta Vila:
Aljustrel – Il.mo e Ex.mo Sr. – Em resposta ao ofício de V. Ex.ª de 25 de Setembro próximo findo, tenho a honra de declarar a Vossa Ex.ª que esta Câmara Municipal de Aljustrel, não usa hoje Brasão d’Armas algum, e se em algum tempo o usou não consta, pois, que revendo-se os restos d’alguns Livros, que ainda existem no Arquivo, digo restos, porque em 1833 foram destruídos por uma Guerrilha Miguelista todos os Cartórios das diversas repartições desta Vila, não se encontrou declaração alguma por onde se conhecesse qual o Brasão de que usou e sua história; é quanto sobre semelhante objecto posso dizer a V. Ex.ª, tendo a honra de me assignar de V. Ex.ª Mt.º Att.º Vnr. – Aljustrel 30 de Outubro de 1855. – (a) Francisco de Paula lnglez; Presidente da Câmara. –
Temos portanto que ver a história local para podermos satisfazer o desejo manifestado no ofício acima.
D. Sancho II em 1235 tomou o Castelo de Aljustrel aos Mouros que imediatamente deu à Ordem de S. Tiago, sendo esta doação confirmada por D. Afonso III em 1255.
O Rei D. Manuel I deu-lhe foral novo em Santarém a 20 de Setembro de 1510.
Tem Aljustrel águas minerais que brotam em vários pontos da grande mina que ali existe.
Tanto as águas como a mina, foram exploradas por civilizações anteriores à nossa.
De muito longe veio sempre gente e gado banhar-se naquelas águas que sempre produziram grandes curas.
Hoje encontra-se Aljustrel muito desenvolvida devido a estas riquezas naturais.
Vamos pois, em presença destes factos, dar a nossa opinião sobre a constituição das respectivas armas:
De negro com uma fonte de ouro repuxando de prata. Em chefe um crescente de ouro acompanhado de duas cruzes de Santiago de púrpura perfiladas de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres.
Bandeira esquartelada de púrpura e branco. Fita branca com letras pretas. Cordões e borlas de púrpura e prata. Haste e lança de ouro.
O negro do campo representa a terra, donde vem toda a vida de Aljustrel. A fonte de ouro e água de prata representam a riqueza proveniente das importantes minas. O crescente e as cruzes de Santiago, são referencias à história da Vila que da posse dos Mouros passou para a Ordem Militar de Santiago.
[Affonso de Dornellas.]
(Texto adaptado à
grafia actual)
Fonte: Processo do Município
de Aljustrel (arquivo digital da AAP, acervo “Fundo Comissão de
Heráldica”, código referência PT/AAP/CH/AJZ/UI0005/00042);
DORNELLAS, Affonso de, «Aljustrel», in Elucidário
Nobiliarchico: Revista de História e de Arte, II Volume,
Número X, Lisboa, Outubro de 1929 (Agosto de 1930), pp.
305-306.

Municípios do distrito de Beja -
Beja district municipalities
• Aljustrel • Almodôvar • Alvito • Barrancos • Beja • Castro Verde • Cuba •
Ferreira do Alentejo • Mértola • Moura • Odemira • Ourique • Serpa • Vidigueira
•

Distritos/Regiões Autónomas - Districts/Autonomous
Regions
• Aveiro • Beja • Braga • Bragança • Castelo
Branco • Coimbra • Évora • Faro • Guarda • Leiria • Lisboa • Portalegre •
Porto • Santarém • Setúbal • Viana do
Castelo • Vila Real •
Viseu • Açores
• Madeira
•

• Index • Heráldica • História • Legislação • Heráldica Autárquica • Portugal • Ultramar Português • A - Z • Miniaturas (Municípios) • Miniaturas (Freguesias) • Miniaturas (Ultramar) • Ligações • Novidades • Contacto •

